O que você sempre quis saber sobre Anestesia Odontológica....mas não teve oportunidade de perguntar
Uma coisa que deveria ser
comemorada é a invenção da Anestesia Odontológica.
O que? Você não gosta de ser
anestesiado?
Muitos alegam ter medo da picada,
da dor etc... , mas veja, é graças a ela que procedimentos são realizados sem
dor, e não o contrário, não é mesmo?
Sempre quando alguém me fala que
“mooooorre” de medo da agulha, digo que, na verdade, a “picada” da agulha é
indolor. O que causa alguma aflição (e não necessariamente dor) é a injeção
(deposição) do líquido anestésico no interior dos tecidos.
Para driblar este incomodo, o
dentista deve injetar o liquido quase que “gota
a gota”, bem lentamente, para não distender muito rápido os tecidos, o que
aí sim, causa dor.
Curiosidades
O cirurgião dentista é de longe o
profissional que mais aplica anestesias
por dia e o que mais domina as técnicas de anestesia local.
Conta simples: Somos 250.517 Cirurgiões Dentistas
cadastrados no Conselho Federal de Odontologia – CFO - (http://cfo.org.br/servicos-e-consultas/Dados-estatisticos/?elemento=profissionais&categoria=CD&cro=Todos&municipio=)
Se cada profissional aplicar duas
anestesias/dia teríamos mais de 500.000 anestesias em um único dia!!
Só no Estado de São Paulo estão
inscritos 78.882 !
Usei números modestos para a quantidade
aplicada, mas façam as contas de quantas por mês, por ano, etc...
Só comparando: a Sociedade Brasileira
de Anestesiologia (médica) tem inscritos aproximadamente 9000 sócios! Provavelmente
eles acabam usando com mais frequência as técnicas de anestesia geral...
Voltando
para o tema...
Sei que é desagradável ficar privado da
sensibilidade às vezes por horas, após o término do tratamento. Duas, três,
quatro horas, pode nos dar a sensação de ter perdido o controle da nossa vida
ou quase isso, não é assim ?
Aí sempre vem a pergunta: Por que não inventam uma “anti-anestesia” tipo:
aplicar outra medicação pra “cortar o efeito” ? Seria demais não é mesmo?
Não é tão simples. O bloqueio de
uma terminação nervosa é um processo químico que envolve, em linhas gerais, um sal
anestésico e um agente vasoconstritor (para que a anestesia fique mais
tempo para podermos trabalhar com segurança, para usarmos menos anestésico, que
sempre possui um grau de toxicidade e para haver menos sangramento,
etc...).
Sem vaso constritor, mais anestésico e mais
toxicidade para o seu fígado processar e os Rins eliminarem. Sendo assim,
qualquer tentativa química para resolver este “incomodo” acabaria se tornando
um problema maior.
Pelo próprio conceito, anestesia
é o bloqueio reversível
da condução do estímulo nervoso, com o intuito de promover perda temporária de qualquer sensibilidade na
região submetida à técnica anestésica. Vamos então aguardar umas horinhas que é mais seguro.
Está ansioso? Não tenha medo de perguntar ao profissional que vai lhe aplicar
a anestesia. Não há constrangimento algum, muito pelo contrário...
Por exemplo; quanto tempo vai durar esta sensação? Na maior parte dos casos em
média duas horas, podendo ser um pouco mais, até 4 ou 5 horas dependendo da
suscetibilidade do paciente, da técnica utilizada ou do tipo de anestésico (se
tem ou não vaso constritor, que prolonga mais o efeito por exemplo)
Quantos
“tubinhos” (tubetes) podem ser usados
com segurança em cada procedimento?
A quantidade máxima é
estabelecida através de duas variáveis: a quantidade de sal (anestésico) de
cada droga contida no tubete X peso
do paciente e existem tabelas fornecidas pelo fabricante.
Na média, imaginando um paciente
jovem pesando entre 50 e 60 kilos podemos usar entre 5 e 6 tubetes com segurança.
As
agulhas usadas são descartáveis? SIM! Existe determinação da
ANVISA neste sentido. As agulhas são feitas em aço, muito finas, com uma parte
- na ponta - em forma de bizel para penetrar nos tecidos sem trauma e de modo
indolor e, pelo custo atual e riscos de contaminação, nada justifica não
usarmos agulhas descartáveis.
Por
que o dentista dá uns “puxões” na minha bochecha para aplicar a anestesia?
Sabe-se que o ideal é levar a
gengiva mucosa (ligada a bochecha), de encontro a agulha e não ao contrário.
Distendendo a mucosa é mais fácil a penetração e fica mais indolor.
Há
possibilidade de haver reação alérgica ao anestésico?
O nosso organismo é exposto
continuamente a diversas substancias estranhas ao mesmo e que, de modo geral,
consegue desenvolver uma tolerância através do sistema imunológico que acaba
não desencadeando uma reação alérgica verdadeira.
Com os agentes anestésicos ocorre
o mesmo, e o que mais pode acontecer é uma reação de hipersensibilidade.
O mais comum em termos de complicações
é a ocorrência de uma sensação de mal-estar, náuseas, tonturas, sensação de
sufocação, vermelhidão facial e até mesmo desmaios (lipotimia), que não estão
relacionadas a reações alérgicas propriamente ditas e que estão ligadas ou à
super-dosagem ou a fatores emocionais.
As reações alérgicas verdadeiras são raras e
as reações anafiláticas mais ainda. O comum nestes casos é o aparecimento de
pruridos, urticaria e outras reações dérmicas. Tudo isto pode e deve ser
prevenido com uma anamnese bem dirigida, em que levantamos o histórico do
individuo avaliando seu histórico.
Mais perguntas? Escreva que a
gente vai respondendo, OK?
como sempre impecavel...uma bela aula !
ResponderExcluirCecilia.