O mundo está chato!
Não falta só amor, hoje definido
de forma distorcida a meu ver, mas falta humor, leveza, sutileza. Falta
flexibilidade suavidade, sobra dureza e força desnecessárias.
Me sinto acuado, culpado, fora do
contexto.
Tenho que pensar e pesar cada
palavra, cada gesto, há bem pouco tempo falados ou feitos não com intensão de ferir
ou magoar, mas de modo até carinhoso. Simmmm! Carinhoso sim!
Claro, algumas coisas vão
depender do nível de amizade, de intimidade para com o outro, mas tudo hoje é
rotulado como politicamente incorreto.
Outro dia ouvi um ancora da
GloboNews, chamar a atenção da repórter que usou o termo denegrir ! Além
de grosso, o tal jornalista mostrou ignorância e desconhecimento. A palavra
denegrir vem do latim denigrare que significa “tornar
escuro” ou “manchar” (Origem da
palavra DENEGRIR - Etimologia - Dicionário Etimológico (dicionarioetimologico.com.br). O niger
originando a palavra, tem a ver com o escuro, não racial. A noite é escura! Sem
luz. Difícil entender isso?
Na minha
sala de aula tinha o Gordo, Negão, o Preto, a Táboa, o Mameluco,
o Dumbo (imagina a orelha dele), e por aí vai. Eu era o Cupim,
nem sei direito por que, mas era e atendia quando chamavam e nunca me importei
e nem me senti humilhado, perseguido, nem nada assim. Depois virei o Careca,
essa eu entendi, e atendo...
Imitar
macaco em um jogo de futebol é grosseria, sem dúvida, assim como arremessar
banana em campo, idem. Comer a banana e agradecer, aí sim! É uma nova
diplomacia, merece aplausos.
O mundo está chato.
Imaginem
eu encontrar um amigo no boteco e soltar um “ô viado, ta sumido cacete”! A casa
cai! Receberei reprimendas, ameaças e quiça ordem de prisão (se tiver um
barroso no recinto), não do “viado”, que irá rir e me abraçar, claro. Desce um
chopp!
Cadê o
humor? Cadê a malandragem, não no sentido da enganação, mas do brincar, do
agregar, do chegar mais próximo.
Chatice
predomina. Patrulhamento é a ordem do dia. Tipo: eu estou correto, você é
errado. Não faça assim, não fale assim, não, não, não.
Há de se
considerar o contexto, o ambiente, a intensão e o gesto, mas tem que haver suavidade,
cuidado, mas de uma forma carinhosa, sem ódio, sem, repito, patrulhamento seja político,
seja moral, religioso, nada!
Vivam e
deixem viver.
Pronto,
falei.
Beijo pra
quem é de beijo, abraços pra quem é de
abraço, e se preferir acene, mas pense, não dói nada.
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